top of page

A raiva, o medo e a solidão: combustíveis para a escrita (na universidade e além)

  • Foto do escritor: Lab Rachadura
    Lab Rachadura
  • 6 de mai. de 2024
  • 3 min de leitura



Quais são os combustíveis da sua escrita? E como fazer uso de sentimentos que aprendemos a rejeitar?


O ano é 2024 e ainda ouvimos nas universidades que devemos separar a razão da emoção para construirmos teorias ou que é preciso se afastar do “objeto de estudo” e optar pela escrita imparcial, na terceira pessoa. Mas e quando nos tornamos as sujeitas da pesquisa? E quando nos damos conta que a neutralidade científica é um mito?


A presença de pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+ nas universidades costuma ser marcada pela violência e, no nosso corpo, é possível cartografar algumas reações: seja a raiva de precisar de uma legitimação externa para o desenvolvimento dos nossos trabalhos; seja o medo de enfrentar cotidianamente aquele ambiente; seja a solidão de carregar nas costas pautas que, na verdade, referem-se a sociedade inteira. 


Audre Lorde, uma das principais referências para o curso, nos dá pistas de como transformar o silêncio em linguagem e ação e usar o erótico tendo a poesia como “destilação reveladora da experiência”. Audre afirma que a poesia não é um luxo, “é uma necessidade vital da nossa existência. Ela cria o tipo de luz sob a qual baseamos nossas esperanças e sonhos de sobrevivência e mudança, primeiro como linguagem, depois como ideia, e então como ação mais tangível. É da poesia que nos valemos para nomear o que ainda não tem nome, e que só então pode ser pensado.”


Gloria Anzaldúa nos dá pistas de como não desistir da escrita, de como não deixar as violências cotidianas nos contornarem a ponto de nos paralisar, nos convocando a seguir com dedicação, a escrever por ter mais medo de não escrever.


bell hooks nos ensina a erguer a voz. a olhar, a ver, a sentir desde um posicionamento crítico, sustentando os nossos anseios, construindo olhares negros, usando a língua, transitando entre margens e centros.


Patrícia Hill Collins sugere que além de nos autodefinirmos, devemos nos autoavaliar e autodeterminar. E que tenhamos mais inventividade ao olhar a história  de mulheres negras, uma  vez que a nossa presença foi/é negada às instituições brancas burguesas colonizadas.


Neusa dos Santos Souza nos auxilia na construção de um discurso sobre nós mesmas, aquele que passa necessariamente por uma reflexão crítica sobre a nossa história, numa busca frenética pelo que nos ensinaram a ser e ao que, como propõe Tatiana Nascimento, iremos destruir.


Conceição Evaristo nos ensina a construir uma escrita comprometida com a vida, a entender o nosso ponto de vista, a fazer a escrevivência acontecer.


E eu, Cris Rosa, te convido a pensar-sentir-criar caminhos para escritas que reagem às imposições e articulam o novo, na universidade e além. Vamos?


Os encontros acontecerão nos dias 22, 24 e 27 de maio (qua, sex, seg), de 19 às 21:00, online e ao vivo pelo Zoom  (ficarão gravadas!).


Programação:


Aula 1: Os usos da raiva - compreender o corpo-território, localizar a raiva e fazer uso dela.


Aula 2: Os usos do medo - articular conceitos de feministas negras sobre a nossa voz e as nossas escritas.


Aula 3: “A poesia faz alguma coisa acontecer” - destilar as experiências, como proposto por Audre Lorde, e construir caminhos para a autonomia na escrita acadêmica.



As aulas serão ministradas por Cris Rosa, mulher negra baiana, pesquisadora, professora, e escritora. Autora do livro “Beije sua preta em praça pública”: da apropriação do corpo à apropriação do espaço (Edufba, 2024). Doutoranda e mestra em Geografia (UFBA). Na dissertação, que recebeu menção honrosa no Prêmio UFBA de Teses e Dissertações, propôs uma abordagem teórico-metodológica própria para a interpretação da imbricação das relações sociais no Brasil. É licenciada e bacharel em Geografia, com pesquisa voltada para a Geografia Urbana, trabalho de mulheres negras e a imbricação das relações sociais. É fundadora do Laboratório de Estudos sobre a Imbricação Racismo-Sexismo-Capitalismo (Lab Rachadura - @lab.rachadura / www.labrachadura.com ) e criativa no projeto Andografias (@andografias) onde reflito sobre a poética do deslocamento. Para conhecer algumas produções das minhas produções, acesse: linktr.ee/crisrosacris


Além das aulas, o que você acessa ao se inscrever?


  • Certificado de curso livre (para quem assistiu ao vivo);

  • Roteiro de estudos sobre as aulas;

  • Playlist sobre o curso e pasta de textos;




Informações gerais:


Curso: A raiva, o medo e a solidão: combustíveis para a escrita na universidade e além

Com quem: Cris Rosa - Autora do livro “Beije sua preta em praça pública”: da apropriação do corpo à apropriação do espaço. Doutoranda, Mestra, Licenciada e Bacharel em Geografia. Fundadora da Lab Rachadura.

Data: 22, 24 e 27 de maio  (quarta, sexta e segunda-feira)

Horários: 19 às 21 horas

Investimento: R$100,00Ao vivo e online, via Zoom

As aulas ficarão gravadas (até 15 de junho de 2024).







 
 
 

Comments


bottom of page