

Crislane Rosa
Fundadora da Lab Rachadura
Pesquisadora, professora e artista da palavra
Telefone
(71) 98313-6128
Naturalidade
Camaçari-Bahia, Brasil
Site
Lattes
Trajetória acadêmica e profissional
Crislane Rosa é mulher negra, baiana de Camaçari, pesquisadora, escritora e professora. É autora do livro “‘Beije sua preta em praça pública’: da apropriação do corpo à apropriação do espaço”, publicado pela Edufba em 2024, onde discute o papel da imbricação racismo-sexismo-capitalismo na produção do espaço urbano de Salvador, tendo como ponto de partida os tipos de usos e apropriações de duas praças da cidade. No livro, o poema de Lande Onawale se torna um caminho teórico que substancia os modos de apropriação do corpo e do espaço por mulheres negras.
Atualmente, é doutoranda em Geografia e possui mestrado na mesma área pela Universidade Federal da Bahia, onde defendeu a dissertação que conquistou menção honrosa no Prêmio UFBA de Teses, Dissertações e Trabalhos Acadêmicos (2022). É licenciada e bacharel em Geografia pela mesma universidade, com Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Quem se apropria do espaço público? Classe social, raça e sexo sob o olhar da Praça do Alto das Pombas, Salvador-BA”(2018).
É pesquisadora no grupo Espaço Livre de Pesquisa-Ação (UFBA), coordenado pelo prof. Dr. Angelo Serpa, e durante a sua formação compôs os grupos de pesquisa Corpo Território e Educação Decolonial (UEFS), coordenado pelos/as profs. Drs. Eduardo Miranda e Marta Alencar, e GeografAR (Geografia dos Assentamentos Rurais - UFBA), coordenado pela prof. Dr. Guiomar Germani.
Possui experiência em pesquisas voltadas para os seguintes temas: produção do espaço urbano; as divisões racial, social e sexual do trabalho; o trabalho do cuidado, apropriação do corpo e do tempo das mulheres; espaços públicos; lesbianidades e heterossexualidade; decolonialidade; representação; lugar e território; imbricação das relações sociais; interseccionalidade e consubstancialidade; autocuidado coletivo como estratégia de articulação de mulheres; escritas e narrativas sobre si; construção de subjetividade para mulheres negras; habitus, posição e condição de classe; entre outros.
Publicou diversos textos oriundos das pesquisas realizadas nos últimos oito anos, entre eles os capítulos “Lugar de mulher, lugar de negro: a imbricação das relações sociais de sexo, de raça e de classe nos espaços urbanos”, no livro “A pele alvo”, organizado por Charles Santos et. al.; “Desafiando as possibilidades de representação em geografia”, no livro “Representação e Geografia”, organizado por Angelo Serpa; e “A invisibilização das sapatonas negras como ferramenta pró-colonial”, em um livro (no prelo), organizado por Eduardo Miranda.
Em 2022 idealizou e fundou da Lab Rachadura - Laboratório de Estudos sobre a Imbricação Racismo-Sexismo-Capitalismo – a fim de divulgar as suas pesquisas acerca do tema, considerando o volume de leituras realizadas durante o mestrado para a construção da sua dissertação, por ter construído uma abordagem própria para a interpretação das relações sociais no Brasil, partindo da análise da produção do espaço urbano de Salvador.
No mesmo ano compôs o grupo de artistas da palavra residentes no Sacatar Foundation Brazil, onde escreveu a primeira versão do livro "Andografias da minha avó", e realizou atividades como oficinas e construção de e-books com moradoras da Ilha de Itaparica, local onde acontece a residência artística. Como resultado desse processo, desenvolveu o projeto Andografias, que pode ser melhor conhecido através da página @andografias no instagram. No Instituto Sacatar, montou uma exposição multissensorial resultante das suas experiências no município, aliando land art e arte urbana.
Desenvolve escritas poéticas desde os 18 anos, quando participava do Candeeiro Urbano, projeto artístico-cultural voltado para a ocupação de espaços públicos da cidade e atividades com estudantes de escolas públicas. Posteriormente, deu continuidade à escrita, com cartas abortadas, publicadas em blogs e redes sociais, o que culminou na reunião de parte destes textos no livro “Fora do Lugar”, que será publicado pela Andarilha Edições.
Formação acadêmica
Março 2024 - Em andamento
Março 2019 - Maio 2022
Setembro 2017 - Março 2018
Março 2012 - Outubro 2017
Cursa o doutorado em Geografia no Programa de Pós Graduação em Geografia, com pesquisa voltada para a arte de mulheres negras, sob a ótica da imbricação racismo-sexismo-capitalismo.
Realizou o mestrado em Geografia no POSGEO-UFBA, com pesquisa voltada para o trabalho de mulheres negras na produção do espaço urbano. Seu trabalho partiu da análise de dois bairros fundamentalmente desiguais de Salvador (Pernambués e Pituba), a fim de comparar os tipos de uso e apropriação dos espaços públicos para ambos. Na dissertação defendida e considerada "dissertação-tese" pela banca, articulou diferentes perspectivas dos feminismos negros para propor uma abordagem feminista negra materialista, onde a imbricação das relações sociais de sexo, de raça e de classe são concebidas como estruturas sociais de base, e o regime político heterossexual é articulador das mesmas. Para operacionalizar o conceito de classe social, se baseou nas propostas de Bourdieu, que destrincha posições e condições de classe para compreendê-las.
O mestrado teve orientação do Prof. Dr. Angelo Serpa (UFBA) e a banca foi composta por Maíra Kubík Mano (UFBA) e Jorge Luiz Barbosa (UFF).
Desenvolveu o Trabalho de Conclusão de Curso do bacharelado em Geografia (UFBA) intitulado "Quem se apropria do espaço público? Classe social, raça e sexo sob o olhar da praça do Alto das Pombas", onde se dedicou a pesquisar as divisões racial e sexual do trabalho na produção do espaço urbano tendo como ponto de partida a praça do bairro onde morava. Sua análise demonstra como a apropriação do corpo e do tempo das mulheres incide sobre a sua relação com a rua, sobretudo quando nos referimos ao lazer das mulheres negras. A banca foi composta pelas professoras Catherine Prost (IGEO/UFBA) e Márcia Macêdo (NEIM/UFBA) e orientada pelo prof. Angelo Serpa (IGEO/UFBA).
Cursou a Licenciatura em Geografia na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Neste período, desenvolveu atividades de estágio em escolas municipais de Salvador, além de ser monitora da ACCS "Saberes e Fazeres da Cultura Popular na Educação", orientada pelo Prof. Dr. Pedro Abib. Foi membra voluntária do Grupo de Pesquisa GeografAR (Geografia dos Assentamentos nas Áreas Ruais), orientado pela Prof. Dr. Guiomar Inês Germani.